Tropas especiais do Exército Brasileiro: Guerreiro da Caatinga
Para completar com sucesso suas missões, as Forças Armadas brasileiras contam com unidades especiais que operam em situações de alto risco. No caso do Exército Brasileiro, há grupamentos preparados para atuar em diversos espaços e condições climáticas, que requerem conhecimentos específicos.
Nas próximas semanas, a Almox Militar trará a série de matérias “Tropas especiais do Exército Brasileiro”, que contará detalhes sobre a atuação dessas tropas nos seguintes terrenos e atividades:
- Tropa de Infantaria de Montanha;
- Tropa de Infantaria da Força do Pantanal;
- Tropa de Infantaria Paraquedista;
- Tropa de Infantaria da Caatinga;
- Tropa de Infantaria Aeromóvel;
- Tropa de Infantaria da Selva;
- Tropa de Infantaria Blindada;
- Aviação do Exército Brasileiro.
Quer saber mais? Continue lendo esta matéria e fique atento às próximas postagens da Almox Militar!
Guerreiros da Caatinga
Calor, vegetação rasteira e espinhosa, animais peçonhentos, escassez de água. Esses são os principais perigos enfrentados pelo Combatente da Caatinga, popularmente conhecido como Guerreiro da Caatinga. Essa tropa especial do Exército Brasileiro é preparada para atuar especificamente no bioma da caatinga e em ambientes semiáridos semelhantes, além de treinar outras forças militares para esse tipo de operação.
E não é para menos. A caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, se estende por cerca de 11% do território nacional e por 70% da região Nordeste – quase 1 milhão de km². Fica evidente a necessidade de uma unidade que tenha os conhecimentos necessários para o combate e a sobrevivência nesse bioma.
O responsável pelo treinamento dos Guerreiros da Caatinga é o 72º Batalhão de Infantaria Motorizado (72º BIMtz) – mais especificamente uma fração orgânica desse batalhão, o Centro de Instrução de Operações na Caatinga (CIOpC). O batalhão e o CIOpC ficam localizados na cidade de Petrolina, no sertão de Pernambuco. O 72º BIMtz é encarregado de uma área que abrange 40 municípios: 37 no sertão pernambucano e três no sertão baiano.
As atividades de formação dos alunos acontecem em dois lugares: no Parque Zoobotânico da Caatinga, onde são ensinados conhecimentos sobre a fauna e a flora; e o lugar onde se situa o CIOpC, o Centro de Instrução Fazenda Tanque de Ferro, cuja área é de mais de 2,8 mil hectares.
Uma das principais missões dos Guerreiros da Caatinga é integrar as Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1995, foi enviado para a Angola, e, entre 2008 e 2009, atuou na estabilização do território haitiano.
Além disso, a unidade é quem realiza a chamada Operação Carro-Pipa. Essa operação consiste em fazer a distribuição emergencial de água no ambiente semiárido do Nordeste, nos municípios que se declarem em situação de calamidade pública. O 72º BIMtz controla todas as etapas da operação: planeja, coordena, fiscaliza a água captada, o transporte, a desinfecção e a distribuição. Mais de 200 mil pessoas são atendidas pela iniciativa.
Uniforme
Os Guerreiros da Caatinga utilizam um uniforme cáqui com aplicações em couro marrom, parecido com as roupas dos vaqueiros da região. As cores servem para a camuflagem no ambiente em que atuam, e é também o ambiente que determina as outras características da vestimenta:
- Gorro em vez do capacete kevlar (que absorve muito calor, causa ruídos e reflete a luz);
- Coturno com cano de couro e parte superior de lona, além de ser cáqui (o preto absorve o calor);
- Óculos de acrílico;
- Luvas de couro para proteger a mão sem restringir o movimento dos dedos.
Quanto ao gorro, os Guerreiros da Caatinga utilizam o gorro cáqui, com abas para proteger o rosto e a nuca do sol escaldante da região semiárida.
Estágios
O treinamento para formar os Guerreiros da Caatinga é recente, foi criado em 1984, quase uma década após o nascimento do 72º BIMtz. Apenas no ano seguinte foi realizado o primeiro estágio, chamado de Estágio de Adaptação à Caatinga (EAC). Em 1996, surgiu a segunda parte do curso: o Estágio de Adaptação e Operações na Caatinga (EAOC) E, em 2005, foi a vez da implantação do CIOpC.
Tanto o EAC quanto o EAOC são autorizados para os seguintes grupos:
- Militares de carreira do Comando Militar do Nordeste;
- Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN);
- Alunos da Escola de Sargentos das Armas (ESA);
- Alunos dos Centros de Preparação dos Oficiais da Reserva.
O EAC dura uma semana, enquanto o EAOC abrange um período de duas semanas. Entre os conhecimentos oferecidos aos alunos nesses dois estágios, estão:
- Instruções sobre alimentos de origem vegetal e animal;
- Orientação com bússola e GPS na caatinga;
- Efeitos do calor;
- Primeiros socorros;
- Características das áreas de operações.
Desafios
O principal desafio dos Guerreiros da Caatinga é o clima semiárido do bioma. O ar seco dificulta a respiração e as temperaturas são escaldantes, podendo atingir até 60 ºC no solo. Isso facilita o surgimento de focos de fogo, que muitas vezes levam a grandes incêndios.
A vegetação é outro ponto problemático. Muitas plantas do bioma da caatinga têm espinhos, como os cactos, o mandacaru e a macambira. O fato de ser uma vegetação rasteira também não torna mais simples a tarefa de se esconder. Nessa vegetação, camuflados entre os galhos secos, vivem animais peçonhentos (como as cobras) e aqueles que, apesar de não serem venenosos, são perigosos (como as abelhas e vespas).
A vida dos Guerreiros da Caatinga também é ameaçada pela escassez de água: a média anual de chuvas nesse bioma é de apenas 500 mm – um índice pluviométrico muito parecido ao dos desertos. Por causa da pouca quantidade de água, o solo se torna erodido e pedregoso, o que também dificulta a movimentação.
Para sobreviver, os Guerreiros da Caatinga precisam demonstrar as habilidades aprendidas no treinamento. Localizar fontes de água e de comida é a primeira delas. Para isso, utilizam-se da água do orvalho e de algumas espécies de plantas. Essa água deve ser filtrada, para evitar qualquer tipo de doença ou contaminação. Outros conhecimentos que ajudam o Guerreiro da Caatinga a cumprir suas missões nesse ambiente inóspito são como se livrar do animais perigosos e como se abrigar do sol em uma vegetação tão escassa.
Fontes: Exército Brasileiro, Blog do 72o BIMtz, Military Power.
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